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Image by Soheb Zaidi

Minha máscara caiu!

Calma aí, não é isso que você pensa!






Sou uma pessoa que realmente curte observar a vida com uma atenção toda especial, e tenho certeza de que você percebe como isso pode ter suas partes boas e suas partes difíceis, né? Desde quando eu era criança, eu já tinha esse dom incrível de analisar a vida de um jeito que me mantinha firme. Eu reparava em como as pessoas agiam, se moviam, conversavam, até mesmo nos gestos que faziam. Tudo aquilo que envolvia o jeito humano de agir me deixava super curiosa. Mas quando falo em “sobreviver”, tô falando do meu TDAH/TEA, que realmente tem um impacto grandinho nisso tudo.


Aí é onde entram os termos “máscaras e espelhamentos”. Essas palavras representam maneiras de nos proteger, tipo uma imitação dos comportamentos pra esconder as coisas únicas do meu transtorno. Não saber como agir, como se comportar, pra onde olhar ou o que dizer em algumas situações, sempre foi um super desafio pra mim. Por isso, acabei virando uma observadora da vida, criando meu jeitinho próprio de lidar com as coisas sociais.


Mas percebi que essa “forma de viver” tava meio que sufocando quem eu realmente sou. Recentemente, após passar por uma avaliação neuropsicológica, caiu a ficha de que esconder minha verdadeira essência tava me atrapalhando. Essa história de fingir ser outra pessoa e ficar copiando os outros, tava me roubando o que é mais meu: minha autenticidade!


Minha peculiaridade tem nome e sobrenome, tá no meu prontuário! E por mais que seja um pouco clichê, tá tudo bem demais! Tô escrevendo isso mais pra mim do que pra você que tá lendo, porque preciso entender, de uma vez por todas, que ser eu mesma não tem nada de errado. E olha só, não preciso mudar pra me encaixar em lugar nenhum.


Quando você não se encaixa, logo procura jeitos de fazer todas as pecinhas do seu quebra-cabeça se encaixarem, né? E é aí que mora o problema: pra se encaixar na “normalidade”, você tem que escolher alguém como modelo, pra imitar os passos. As habilidades sociais são meio que como uma marca que deixamos por onde passamos, quase como uma assinatura única.


Aí a confusão é que, ao escolher alguém pra “copiar”, eu sempre escolhia alguém que nada tinha a ver comigo. Como sei disso? Ah, simples, escolhia um modelo totalmente fora da realidade. Alguém que era a coisa mais padrão possível. A visão que a gente tem e a maneira como a gente vive no mundo são quase como um laboratório cheio de receitas prontas. A gente acaba seguindo um manualzinho, tentando ser como outra pessoa, pra entender o ponto de vista dela e perceber que dá pra viver de modos diferentes, desde que não seja do jeito meio estranho que a gente é.


Essa ideia de “normal” sempre me deixou meio desconfortável, porque eu sempre ficava me perguntando quem eu não era. Daí, tinha que botar minha máscara social pra entrar no jogo da realidade. E que jogo mais injusto! Porque as pessoas “normais” já começam na frente só porque se encaixam nessa fórmula mágica de normalidade.


Pra mim, era como carregar uma bagagem impossível de carregar, porque no mundo real, as pessoas com TDAH/TEA são mais ou menos isoladas de tudo que querem ser, tipo uma bolha em que não é possível viver uma vida “normal” pra gente!


Mas, enfim, é uma jornada de descobertas, de aprender a ser autêntico num mundo que muitas vezes espera que a gente seja igual a todo mundo. Mas a real é que cada um de nós tem a sua fórmula própria e especial, e vale demais a pena explorar essa individualidade.

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Valeu! 

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